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Sepultura comemora 30 anos de carreira sendo a maior banda da história do Metal brasileiro

A banda mais bem sucedida de metal brasileira, o Sepultura, vem à Divinópolis para único show da turnê que comemora os 30 anos da banda, será o primeiro show do grupo na cidade mineira.

 

Antes disso, nós, do #VamosMusicalizar, fizemos uma entrevista exclusiva com o guitarrista e líder da banda, Andreas Kisser. Confira:

 

Pedro Gianelli: Com 30 anos de carreira, o que você pode dizer que mudou no Sepultura, fora as formações, desses anos para cá?

 

Andreas Kisser: É difícil de dizer, a atitude não mudou, ainda batalhamos muito, aprendemos com os erros, com as situações mais difíceis, troca de empresários, a saída do Max [Cavalera], troca de gravadora, todas essas mudanças mais burocráticas foram difíceis, mas todas foram para melhor, tanto que estamos no melhor momento da banda. E isso é o mais importante, estamos vivos, com a mesma atitude, procurando coisas novas, com uma formação coesa, viajando o mundo, são 73 países até agora, comemorando 30 anos, fazendo música nova, conhecendo gente nova, estamos sempre abertos a novos desafios, essa característica o Sepultura não mudou, tanto que estamos vivos ainda. Mas muita coisa mudou no mundo da música, e nós sobrevivemos. Viemos da época do vinil, sobrevivemos ao CD, agora veio a época do download, e estamos firmes e fortes. Isso acontece porque fazemos o que amamos, com muita honestidade.

 

P.G.: Uma coisa interessante sobre o Sepultura, é que quando conversamos com músicos de outros países e falamos sobre bandas brasileiras, o primeiro nome que vem na cabeça deles é o do Sepultura. E se formos olhar a agenda de vocês, a maioria dos shows são no exterior. Por que você acha que o reconhecimento do Sepultura fora do Brasil é gigantesco e aqui dentro não é tanto?

 

A.K.: O Brasil é o que é. Apesar do movimento do Heavy Metal nacional ser o melhor na história, mas é uma coisa cultural, por exemplo, os Beatles tiveram que sair da Inglaterra e foram para a Alemanha para aumentar sua carreira, o próprio Deep Purple, o Scorpions. É algo natural dos países, o produto interno é sempre pior do que o de fora, a casa do vizinho é sempre melhor que a sua. É natural, nós nos sentimos muito bem aqui no Brasil, amamos nossos fãs brasileiros. O público do Metal é muito fiel, eles comparecem aos shows, tentam combater a pirataria, querem sempre o produto oficial.

 

P.G.: Agora falando de Divinópolis, a última vez que você esteve aqui, foi em um workshop de guitarra. Bom, você já conhece o público daqui, o que nós podemos esperar e o que a banda pode esperar do primeiro show do Sepultura aqui, em uma data que é tão especial para vocês?

 

A.K.: Estou muito feliz com essa oportunidade, são fãs fieis, que acompanham a carreira da banda, seguem nossos passos, principalmente com a internet. É muito bacana celebrar nossos 30 anos cara a cara, vamos tocar material da carreira inteira, vamos fazer um show super completo, com as músicas principais da nossa história, do primeiro disco até o último, os covers emblemáticos da nossa história. Vamos fazer uma festa, celebrar a história dessa banda tão única no metal brasileiro. É muito bom poder tocar em Minas Gerais, que é o berço da história do Sepultura.

 

P.G.: E falando sobre o pós-show de Divinópolis, vocês tocarão em BH, na Virada Cultural. E uma banda que também tocará, é a Metallica Cover Brasil, que é a banda do ex-guitarrista do Sepultura, o Jairo Guedz. Existe a possibilidade do Jairo participar do show, mais uma vez, já que é a comemoração de 30 anos da banda?

 

A.K.: Não, dessa vez o Jairo está vetado. Vai ver a gente só no backstage (risos). Toda vez que tocamos em BH, o Jairo tocou com a gente. Mas dessa vez vamos mostrar a banda atual, mas essas coisas acontecem naturalmente. Claro, o Jairo é um irmaozão, sempre está com a gente, mas vamos mostrar o momento atual da banda.

 

P.G.: E o último disco de vocês, o Mediator, foi lançado em 2013, mas vocês já estão preparando um novo álbum, até para comemorar esses 30 anos?

 

A.K.: Eu escrevo música sempre, tenho vários riffs, mas a gente vai começar a pensar mesmo em trabalhar em um disco novo, para que tenhamos um disco para lançar até o final do ano que vem.

 

P.G.: Desde 91, o Sepultura é figurinha carimbada no Rock in Rio, mas esse ano, você vai representar o Sepultura no seu outro projeto, o De La Tierra, o que podemos esperar dessa vez?

 

A.K.: O De La Tierra é um projeto espetacular! Já fizemos vários grandes shows, tocamos junto com o Metallica na América do Sul, em alguns festivais na Colômbia, México, nos EUA, tocamos no Monsters of Rock esse ano, aqui no Brasil, e agora temos essa oportunidade de tocar no Rock in Rio, estamos muito felizes, estamos no final do ciclo do nosso primeiro disco, a intenção também é gravar um disco novo para o ano que vem. É um projeto maravilhoso, o desafio de fazer Heavy Metal cantando em Português e Espanhol me chamou muita atenção, estou curtindo muito, é clima bom, o pessoal se respeita muito, espero que dure muito tempo, não é algo que queremos gravar um disco ou dois, queremos continuar por bastante tempo.

 

P.G.: E você tem seu programa de rádio, junto com seu filho, o ‘Pegadas de Andreas Kisser’. Como foi entrar nesse mundo totalmente diferente, que é o mundo da rádio?

 

A.K.: Estou gostando muito, já tem 3 anos que estou fazendo isso, na 89 FM, em São Paulo. E o legal é que a 89, durante 7 anos mudaram totalmente o estilo da rádio, e agora voltaram com o rock. E me deram esse espaço fantástico, todo domingo, às 19h. Tocamos Heavy Metal, Hard Rock, desde Beatles a Napalm Death. Também abrimos muito para bandas independentes, fazemos entrevistas. É muito bom!

 

P.G.: E uma das maiores reclamações do meio do Metal, é que o pessoal reclama muito da falta de espaço para divulgação, para shows, ok, isso é fato. Mas o Sepultura é uma banda de Metal e olha onde vocês estão. Você não acha que a maior parte desse pessoal esquece de tocar para ficar reclamando da cena? Qual é a dica que você daria para essa galera?

 

A.K.: Sim, o lance é trabalhar! O Sepultura sempre foi movido a desafios. Tudo foi muito difícil, principalmente nos anos 80, não tínhamos equipamentos, os técnicos assustavam com o barulho. Mas nunca desistimos, sempre batalhamos. Sempre temos que buscar caminhos alternativos, você tem que passar por obstáculos, isso nos faz uma pessoa melhor. O Sepultura é isso, adoramos desafios, toda a evolução que houve, com o Nirvana, o grunge, e estamos aqui ainda. E estamos cada vez mais forte. Tocamos nos maiores festivais do mundo, produtos com a marca do Sepultura, é um momento muito positivo, muito fértil. E só foi possível porque nunca desistimos.

 

Andreas Kisser ainda deixou um recado para os fãs divinopolitanos, convidando-os para o show que acontece no Hangar Music Bar, dia 11 de Setembro. VEJA AQUI

 

#VamosMusicalizar

 

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